História do Espiritismo
Irmãs Fox
A História do ESpiritismo teve início em 1848, nos Estados Unidos, especificamente na cidade de Hydesville, Estado de Nova York, quando foi registrado e pesquisado o caso das Irmãs Fox (Lia, Margareth e Kate), médiuns de efeitos físicos. Em sua residência elas fizeram contato com o espírito Charles B. Rosma, através de pancadas (tiptologia) ouvidas nas paredes. O espírito deu provas da sobrevivência após a morte, provas essas que foram constatadas como verdadeiras. A imprensa noticiou o fato, as irmãs começaram a fazer demonstrações públicas da mediunidade de efeitos físicos e várias comissões de análise atestaram a veracidade dos fenômenos. A partir disso outros médiuns começaram a se destacar e os fenômenos de efeitos físicos se multiplicaram, chegando à Europa.
Mesas Girantes
Um dos fenômenos mais populares era o das Mesas Girantes, que invadiram os salões da aristocracia européia. Consistia num grupo de pessoas reunidas em torno da mesa, com as mãos sobre a mesma, e ela se punha a movimentar independente da vontade das pessoas, chegando a subir até o teto, andar pela sala e fazer outras manobras. O fenômeno das mesas girantes percorreu os Estados Unidos, o Canadá, a França, a Alemanha, a Itália e a Inglaterra, sendo pesquisado por vários intelectuais e cientistas, principalmente na França.
Allan Kardec
Chamou muito a atenção o fato da mesa girante ter vontade própria e, através da tiptologia (pancadas), responder perguntas sobre diversos temas. Convidado, em 1855, para assistir uma reunião, o professor Hyppollite Léon Denizard Rivail chegou à conclusão que era preciso conhecer a causa de fenômeno tão extraordinário e, após quase dois anos de pesquisa, a mesa girante deu todas as provas, transformadas em fatos autênticos, que ela era apenas instrumento, ferramenta de comunicação de um espírito, ou seja, um ser humano já "morto" mas que continuava vivo no além-túmulo. Essa pesquisa culminou no lançamento, em 18 de abril de 1857, da obra "O Livro dos Espíritos" trazendo os princípios fundamentais do Espirtismo ou Doutrina Espírita. O professor Rivail assinou a obra com o pseudônimo Allan Kardec, nome pelo qual passou a ser conhecido. Na sequência de seu trabalho foram publicados os seguintes livros: "O Livro dos Médiuns" (1861), "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (1864), "O Céu e o Inferno" (1865) e "A Gênese" (1868). Allan Kardec nasceu no dia 03 de outubro de 1804 e desencarnou no dia 31 de março de 1869. Além das obras aqui citadas, Kardec manteve a publicação da "Revista Espírita", periódico mensal, e fundou o primeiro Centro Espírita do mundo, a "Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas".
No Brasil
No dia 17 de setembro de 1865, em pleno Império, surgia o "Grupo Familiar de Espiritismo", na cidade de Salvador, Bahia, com Luiz Olimpio Teles de Menezes, que em julhon de 1869 publica o jornal "O Echo de Além-Túmulo". Em 02 de agosto de 1873, já na cidade do Rio de Janeiro, aparece a "Sociedade de Estudos Espíritas - Grupo Confúcio" dando início à projeção do espiritismo em terras brasileiras, tanto que no ano de 1881 é realizado o "1º Congresso Espírita do Brasil". A "Federação Espírita Brasileira" foi criada em 1884 e em outubro de 1949 cria-se o "Conselho Federativo Nacional", reunindo todas as Federativas Espíritas Estaduais. Hoje o Brasil possui mais de 5 mil Centros Espíritas e a Literatura Espírita ultrapassa 3 mil títulos em catálogo.
O que deve ser a História do Espiritismo
“A propósito dessa história, sobre a qual dissemos algumas palavras, várias pessoas nos perguntaram o que compreenderia ela e, a propósito, nos enviaram diversos relatos de manifestações. Aos que pensaram assim trazer uma pedra ao edifício, agradecemos a intenção, mas diremos que se trata de algo mais sério que um catálogo de fenômenos espíritas, encontradiço em muitas obras.Tendo que se destacar o Espiritismo nos fastos da humanidade, será interessante para as gerações futuras saber porque meios ter-se-á ele se estabelecido. Será, pois, a história das peripécias que tiverem assinalado os seus primeiros passos; das lutas que tiver enfrentado; dos entraves que lhe terão oposto; de sua marcha progressiva no mundo inteiro. O verdadeiro mérito é modesto e não busca fazer-se valer. É preciso que a humanidade conheça os nomes dos primeiros pioneiros da obra, daqueles cuja abnegação e devotamento merecerão ser inscritos em seus anais; das cidades que marcharam na vanguarda; dos que sofreram pela causa, a fim de que os abençoem; e dos que fizeram sofrer, a fim de que orem, para que sejam perdoados; numa palavra, de seus amigos dedicados e de seus inimigos confessos ou ocultos. É preciso que a intriga e a ambição não usurpem o lugar que lhes pertence, nem um reconhecimento e uma honra que lhes não são devidos. Se há Judas, devem ser desmascarados. Uma parte que não será menos importante é a das revelações que, seguidamente, anunciaram todas as fases dessa nova era e os acontecimentos de toda a ordem, que as acompanharam.Aos que achassem a tarefa presunçosa, diremos que não temos outro mérito senão o de possuir, por nossa posição excepcional, documentos que não pertencem a ninguém e que estão ao abrigo de quaisquer eventualidades; que, incontestavelmente, estando o Espiritismo sendo chamado a desempenhar um grande papel na História, importa que seu papel não seja desnaturado, e opor uma história autêntica às histórias apócrifas que o interesse pessoal poderia fabricar.Quando aparecerá ela? Não será tão cedo e talvez não em nossa encarnação, pois não se destina a satisfazer a curiosidade do momento. Se dela falamos por antecipação, é para que ninguém se equivoque quanto ao seu objetivo e seja anotada a nossa intenção. Aliás, o Espiritismo está em começo e muitas outras coisas terão passado até lá. Então, é preciso esperar que cada um tenha tomado o seu lugar, certo ou errado.”“O que deve ser a História do Espiritismo” - Revista Espírita – ANO V, outubro de 1862
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